Por Jânsen Leiros Jr.
O
tempo passa
nossa
jornada avança
o
relógio não volta
e
a vida se vai
Se
esvai pelos
dedos
das mãos
Por
entre escolhas
atrás
de equívocos
após
confusões
Quanta
existência
perdida
quanto
desejo
tolhido
Um
desamor
fabricado
por
cada dor
requentada
Desperdício
de
tudo
num
dia a dia de
nada
Afinal
se
os dias se vão
e
em vão
devoramos
as horas
Segundos
martelam
a
parede
e
minutos
aumentam
a tensão
Hoje
bem
menos
que
ontem
mas
depois
bem
pior
que
amanhã
Economizo
lágrimas
disfarçando
o pavor
escondendo
a tristeza
dissimulando
terror
Toda
noite um silêncio
por
vingança
e
na cama um vazio
por
castigo
Toda
falta que
agora
faz
um
dia sei que
não
fará
Adoraria
que
o
momento
fosse
já
O
peito ficando oco
a
voz fazendo eco
pensamento
deixando
louco
realidade
vazando
meu
fim
Meu
choro supõe
confissão
e
a alma
suplica
emoção
Quem
me dera
lembrasse
de mim
e
que por mim
insurgisse
enfim
Mas
tanto fez
que
por hora
tanto
faz
Pois
o tanto
que
já fiz
ninguém
jamais
fará
Devaneando
valentia
fingida
simulo
ousadia
incontida
Liberto
a vontade
trancada
gritando
com coragem
tardia
Derrube
este muro
Se
lance no escuro
Refaça
o futuro
e
apague o passado
Aproveita
o presente
que
nos resta
pra
sempre
De
medo
estanco
Acordado
receio
seu
não
No
temor da afronta
por
exaustivos confrontos
me
cubro teimoso
incitando
meu corpo
Sucumbo
à ilusão
Te
tocando em
meus
sonhos
carinhando
em delírios
lamentando
a mentira
que
encaro ao ocaso
É
o resto da sobra
é
da xepa do amor
É
o que temos
e
é o que sou
E
é o que somos
pelo
tudo que tens
Porque
ninguém dá
aquilo
que não tem
Nem
por pena
ou
por bondade
Se
o abandono é
tudo
o que pode
é
bem o que não
posso
conter
Na
verdade
é
pura crueldade
e à queima-roupa