Por Jânsen Leiros Jr.
Não
havia esperança
Não
restaram súplicas
Se
pedidos escondidos
eram
mudos
Inconscientes
e desprovidos
da
pretensão de atendidos
Já
era tarde
Não
passava pela mente
qualquer
lembrança
nem
surgia na alma
qualquer
vontade
Só
a entrega à mesmice
do
descaso e o descuido
Desistência
Já
vivia o meu ocaso
Era
um dia assim
e
outro igual
Nada
novo
Só
a promessa
de
tudo ser igual
a
tudo que sempre foi
A
garantia de se ter
sempre
todo dia
o
mesmo desamor
Para
qualquer coisa
estava
tarde
Mas
numa tarde
quando
muito tarde
como
sol da manhã
cintilou
o olhar
Novos
sons
novos
brilhos
novas
cores
Muitas
falas
que
ouvidas
repetidas
Ventavam
de lábios
Caprichosos
envolventes
e
admiráveis
Não
se notou
o
tempo
não
se contaram
as
horas
Já
nem era assim
tão
tarde
E
o relógio até
retrocedeu
A
agenda travou
O
coração pulou
de
susto e
reviveu
no tranco
Enxergou-se
a vida
pela
janela
daquela
alma
Redescobriu-se
prazer
na
rotina a cumprir
Renovados
desejos
remoçados
sentidos
nunca
é tarde
para
realizar
o
que negara sonhar
Quem
se importa
com
a tarde?
É
sempre dia
enquanto
a noite
não
chegar
Outubro 2016