Por Jânsen Leiros Jr.
Parágrafo
Tudo
começou
simples
Tomando
forma
criando
raízes
propondo
esperança
Reticências
Logo
tudo
ficou
confuso
Indefinido
Gestos
incertos
palavras
insanas
e
risco crescendo
Resistência
Aposto
Mesmo
assim
caminhou
Persistente
cresceu
E
por vontade
própria
seguiu
Não
se furtou
a
ser
apesar
de
quase
não
Uma
vírgula
Tentativa
frustrada
por
acesso indevido
Pertinência
perdida
Olhares
de medo
e
vergonha
Insegurança
Inquietação
Interrogação
Faltaram
letras
fugiram
ideias
Perdeu-se
vontade
faltou
malícia
e
sobraram questões
Um
desperdício
Exclamação
Rejeitada
tristeza
sacudida
poeira
-
Melhor é parar aqui
Calar
a boca
fechar
os olhos
deitar
a pena
e
ponto final.
Março 1985
Por Jânsen Leiros Jr.
Amor
e
bunda
vida
que
levo
não
é pior
que
a dor
de
dente
das
gentes
sem
boca
Sem
saúde
de
dia
Vendo
a morte
à noite
Saudade
da sorte
que
nunca chegou
Povo
sofrido
que
não mente
Vivido
na
mente
ira
de um país
negligente
Progresso?
Outubro 1991
Por Jânsen Leiros Jr.
Pode
alguém
crer
em Deus?
Pode
não?
Do
que foge?
Por
que busca?
Obrigado
ninguém
é
Convidados
todos
são
Sãos
ou não
A
andarem
sobre
as águas
a
provarem
o
improvável
A
terem como certo
o
que não veem
não
tocam
não
escutam
Pode
alguém
não
crer em Deus?
Pode
Pode?
data desconhecida
Por Jânsen Leiros Jr.
Há
uma morte feita
para
o poeta
A
morte certa
Seu
tema
seu
lema
sua
teima
Uma
sina?
Uma
gota
nos
olhos
Outras
tantas
na
pena
A
vida encantada
é
plena
Sua
queixa
vale
à pena
Deixá-la
é mesmo
uma
pena
A
morte
como
musa
olhos
fundos
como
máscara
Seu
mote predileto
é
assunto recorrente
de
um fim sempre
iminente
Mas
se a sorte
traidora
faz
da vida
permanente
Seu
discurso não o deixa
Seguem
rimas
Segue
o tema
A
morte sempre
assombra
o poema
Outubro 1991