Por Jânsen Leiros Jr.
Muitas
verdades
vividas
herdadas
sentidas
Uma
só mentira
guardada
sofrida
escondida
Muitas
verdades
flagradas
no
peito
indisfarçadas
Uma
só mentira
apontada
supurada
banida
Muitas
verdades
cantadas
por
almas
descobertas
Uma
só mentira
bandida
armadilha
sincera
Muitas
verdades
passadas
presente
futuras
Uma
só mentira
vencida
apagada
esquecida
O
que importa:
te
quero
me
desejas
nos
amamos
Abril 1994
Por Jânsen Leiros Jr.
Não
é tão simples assim
fazer-se
entendido
fingir-se
lembrado
sentir-se
querido
Nem
é tão fácil
de
fato
perceber
o equívoco
de
por tolo
ter
pretendido
o
dia de ser desejado
Por
todos os ângulos
impossível
de
todas as formas
inviável
A
alegria de se
entender
amado
parece
mesmo
inconcebível
Como
pude me achar
no
direito
eu
que sempre
requeri-me
correto
de
voar como voam
os
pássaros
eu
que sempre defendi
as
gaiolas
Água
trocada
alpiste
soprado
o
fundo varrido
em
cuidado e rotina
Por
grato
um
canto aguardado
e
por guardado
um
sopro sofrido
e
as asas cortadas
Sonhos
tolhidos
tempo
perdido
por
medo indevido
Dezembro 2016
Por Jânsen Leiros Jr.
Queixumes
tormentos
e
opressão
descuido
avareza
e
tensão
Angústia
incômodo
e
agito
penúria
miséria
e
castigo
Na
mala não faltam
tristezas
na
alma o que sobra
é
descaso
Sentimos
sentidos
não
ter mais sentido
Razões
pretensões
e
maus-tratos
Vontade
incubada
na
veia
verdade
jogada
na
cara
Pretendo
rever
ainda
hoje
futuro
deixado
pra
trás
Fazer
da viagem
caminho
fazer
do repouso
destino
Socorro
gritado
no
escuro
chamada
jamais
atendida
Que
a vida deixada
no
solo
uma
insana esperança
no
outro
Um
triste trajeto
atrasado
ao
vazio lugar
esquecido
De
longe percebo
inegável
calor
quentura
e
mormaço
Para
morte indelével
mesmice
para
vida embarque
encerrado
Dezembro 2016
Por Jânsen Leiros Jr.
Meus
livros me
chamam
tratante
meus
livros me
pedem
atenção
Ou
apontam
preguiça
infinita
ou
me flagram em
esquiva
constante
Me
acusam
fugir
da missão
e
trai-los
com
outros
amantes
Nem
eles entendem
meus
dias
ainda
que
atravessem
comigo
as
noites
Que
dirão os distantes
olhares
juízes
e
que juízo não fazem
vizinhos
algozes?
Se
na poltrona
vivesse
amarrado
e
se das letras
viesse
meu pão
Quem
me dera
viver
da escrita
quem
me dera
espelhar
emoções
Seria
bom
viajar
pelas rimas
sem
ter pés
pregados
ao chão
Não
é fácil prender-se
ao
assento
não
é simples negar-se
aos
pedidos
Com
meu tempo
não
sou avarento
com
o tempo
vicia
a cessão
O
que faço em excesso
em
transbordante medida
não
o faço por menos
e
não aceito exceção
Os
livros
um
dia
espero
atendê-los
A
todos
espero
até lê-los
Atento
e
a tempo
Dezembro 2016
Por Jânsen Leiros Jr.
Uma
mulher tem
poderes
que
nem todo
poder
a
pode
entender
Uma
mulher tem
caminhos
que
por caminho
algum
se pode
prever
Uma
mulher sempre
diz
mais do
que
fala
embora
fale
muito
mais
do
que precisa
dizer
Se
apresenta com gestos
finos
e elegantes
com
outros
amplos
e alarmantes
Uma
mulher fala
com
alma e
verdade
ainda
que se
pretenda
iludir
Quando
comum
é
linda
Quando
exuberante
manda
mensagem
Quem
por tolo
não
a entende
ou
mesmo não
a
quer entender?
E
por ser
linda
e independente
independentemente
do
que diz
se
revela e
se
insinua
na
beleza com
que
declara
tudo
aquilo que é
Tão
linda de tudo
desde
o seu interior
se
derrama frágil
em
todo seu esplendor
Seu
recado é percebido
Sua
mensagem acolhida
Que
melhor forma de se
reconhecer
querida?
Que
melhor forma de se
mostrar
mulher?
Outubro 2016
Por Jânsen Leiros Jr.
Amor
não é concurso
nem
prova
ainda
que se prove
e
se aprove
Amor
não se degusta
Se
alimenta e se nutre
de
gestos e atitudes
quase
sempre
disfarçados
O
amor não tem
razões
tem
pulsões
nem
é disputa
de
virtudes
Não
cabe
ainda
que muita coisa
caiba
no amor
mesmo
transbordante
Amor
é o que
tiver
de ser
Se
não for assim
amor
é que não é
E
se amor não for
não
resiste ao tempo
Nem
mesmo à
chuvas
corriqueiras e
ventos
passageiros
Amor
é o que é
e
é por ser assim
que
o amor acontece
E
por mais imprevisível
destemido
E
sendo apenas o que é
sempre
será
Sem
razão e sem porque
Sendo
amor e nada mais
Novembro 2016
Por Jânsen Leiros Jr.
Oi
Tudo
bem?
Como
vai?
Qual
seu nome?
Este
é o meu
Eu
sou assim
Que
bom que gostou
E
você?
Aceito
assim mesmo
Tenho
troco para
cinco
minutos de amor
Tem
duas horas de
compreensão?
Onde
vai?
Companhia?
Meu
conselho
Quer
ser meu amigo?
Dezembro 1983