segunda-feira, 27 de fevereiro de 2017
Logo repenso
Por Jânsen Leiros Jr.
Tantas
à mão
e
eu à míngua
Tantas
ofertas
e
eu com fome
Tudo
correto
e
eu errado
Todos
fingindo
e
eu não menos
Como
é possível
sonhar
tão alto
tão
mais distante
que
o chão
Como
é possível
sonhar?
Logo
repenso
a
vida e refaço caminhos
Amei
em vão?
De
certo que não
Mas
desconfio
querer
além do que devo
tentar
mais do que posso
Talvez
sonhando acordado
talvez
dormindo sem sono
Não
é convicto
que
rejeito
não
é por vontade
que
resisto
Me
preservo só por temor
fora
o pavor de seguir assim
Um
amor jamais
chegado
a mim
Novembro 2016
sábado, 11 de fevereiro de 2017
Indigno fim
Indigno me sinto
indignado fico
comigo mesmo e
com muitos
Comigo mesmo e
só comigo
Em mim mesmo
me vejo só
Indigno
Não era pra ser assim
não pelo efeito
apenas pelo motivo
Pela razão não quero
pela emoção é bom
Pelo espirito é morte
e se é morte
eu fujo
Sou indigno por tudo
e diante de tantos
mas um bem pior
que a indignação
A sensação de colocar-me
nas mãos de quem
nem zela por mim
Indigno quero esconder-me
Infiel eu confesso
Melhor a verdade comovente
meu medo razão do prudente
Pavor do fim antes de si
Tanto a fazer e a cair
talvez por decência e compaixão
me tirem o tempo
e as palavras de vento
Talvez se esgote o limite testado
e se encerre a paciência
e a condescendência
Indigno fim
por indignação
meu medo razão do prudente
Pavor do fim antes de si
Tanto a fazer e a cair
talvez por decência e compaixão
me tirem o tempo
e as palavras de vento
Talvez se esgote o limite testado
e se encerre a paciência
e a condescendência
Indigno fim
por indignação
Fevereiro 2016
quarta-feira, 1 de fevereiro de 2017
A menina e a pedra
Por Jânsen Leiros Jr.
É
o traço mais extremo
do
ímpeto
o
medo mais intenso de
menina
Menina
que não olha
o
espelho
mulher
que não sabe
que
já é
Se
enxerga menos
que
tudo
não
percebe a força
que
tem
Se
encanta com fumaça
e
se perde pela relva
Tudo
é mais do que menos
nada
é tanto como tudo
Um
pai na infância
outro
pai na juventude
Um
avô emprestado
e
um homem assustado
Um
velho companheiro
e
um martelo de guerreiro
Um
de arroz
e
um de feijão
outro
branco algodão
Mas
se chega à solução
vem
da força da explosão
Quem
sabe o peso do elemento
quem
sabe a conta dos anos
a
libertem da menina
que
ficou pra trás?
É
hora de viver bem mais
é
hora de olhar pra frente
De
descer do muro
e
saltar pra vida
Porque
feliz ainda dá pra ser
se
não quiser fugaz sorriso
se
não quiser voltar atrás
Fevereiro 2017
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