quarta-feira, 1 de fevereiro de 2017

A menina e a pedra


Por Jânsen Leiros Jr.

É o traço mais extremo

do ímpeto

o medo mais intenso de

menina

Menina que não olha

o espelho

mulher que não sabe

que já é

Se enxerga menos

que tudo

não percebe a força

que tem

Se encanta com fumaça

e se perde pela relva

Tudo é mais do que menos

nada é tanto como tudo

Um pai na infância

outro pai na juventude

Um avô emprestado

e um homem assustado

Um velho companheiro

e um martelo de guerreiro

Um de arroz

e um de feijão

outro branco algodão

Mas se chega à solução

vem da força da explosão

Quem sabe o peso do elemento

quem sabe a conta dos anos

a libertem da menina

que ficou pra trás?

É hora de viver bem mais

é hora de olhar pra frente

De descer do muro

e saltar pra vida

Porque feliz ainda dá pra ser

se não quiser fugaz sorriso

se não quiser voltar atrás

Fevereiro 2017

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