domingo, 14 de março de 2021

Jamais me corrijo

 

Por Jânsen Leiros Jr.

Foi muito

por muito pouco

ou quase nada

Foi menos

do que podia

podendo ao menos

ter sido bom

E foi

Mas foi-se

e por muito menos

que o imaginado

 

Falas duras

e acaloradas

Falas mansas

impregnadas

Falas finais

e bloqueadas

Outro fim mal

começado

A verdade nunca

importou

O argumento

não sustentou

O que se queria

era o fim

e foi

ainda que negado

 

Porque textos

podem maquiar

e versos bem escritos

podem encantar

mas as verdades

estão nas entrelinhas

         nas pausas

         nos tons

As velhas respostas

sempre dadas

às mesmas perguntas

nunca feitas

Foi pouco

mas foi na conta

Imagine uma estrada

             algumas jornadas

            uma vida

Quem sabe

não fosse a morte?

 

Voltas finitas

curso encerrado

ciclos findados

Tudo se pertence

e nada se completa

Tudo se fala

mas não se entende

Todos se escutam

mas ninguém se interessa

Por que nunca

me assusto?

Por que sempre

me rendo?

Por que jamais

me corrijo? 

Março 2021

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