sábado, 1 de novembro de 2025

Cê senta

 

Por Jânsen Leiros Jr.

Cê senta e chora

Sessenta e nada

de lugar algum

à coisa alguma

Bem podia ser o fim

Quase foi

mas breve será

Bem mais perto agora

 

Cê avalia

se analisa

e percebe que se foram

todos como vento

todos quase em vão

E se vão

Nada nas mãos

nada no nome

ou nada que conforte

Décadas perdidas

em tentativas e erros

Muitos

 

Não há razões

nem celebrações

senão apenas inquietações

O que não foi

o que já não é

o que tentei

mas jamais

tornará a ser

 

Melhor é o silêncio

o eco

o vazio

o nada

A certeza tranquila

da derrota final

 

Amor em falta

sorriso apagado

sentimento aplacado

 

E seguimos assim

desejando de morte

lamentando a sorte

sem nada a comemorar

Outubro 2025


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