domingo, 21 de agosto de 2016

Prenúncio de abandono


Por Jânsen Leiros Jr.

Uma mesa de madeira

uma cadeira de pregos

Chopp enquanto espero

muitos chopps

e tamanha espera

Várias mesas ouvintes

muitas cadeiras falantes

São sorrisos e olhares

piscadas e convites

 

Telefone à mão

sem mensagem ou

ligação

São perguntas sem

respostas

frustrando minhas

apostas

É uma espera longa

                    fútil

                    descabida

De todas a maior

Sempre me parece maior

 

Não há quem ligue

nem sequer apareça

Ninguém responde

e surge a questão

O que fiz para

merecer?

Mais sorrisos e olhares

mais convites

As pernas vacilam

e os olhos reviram

Impaciência ou

evidência?

Uma espera inglória

prenúncio de abandono

 

Se ainda

pretende chegar

ouça meu grito

meu chamado

Isso é quase um

desabafo

Observe o tempo

e seu fim

logo aí

Não demore

nem suma

O que peço

é que me assuma

Abril 1994

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