Por Jânsen Leiros Jr.
Quanto vale uma vida?
Quanto vale a minha?
No oceano das
das relatividades
o valor não é inerente
mas atribuído
O valor percebido
de alguém
E os valores de interesse
determinam conveniências
proximidades
rotinas e
compromissos
De quem se espera
alguma coisa
confetes e rapapés
De quem não
ou não mais
passa-foras e
pontapés
Mas o valor real
pelo quê é medido?
Quem define sua cotação?
O que vale honestidade
em covil de ladrões
Por mais que se faça
não há o que fazer
Quem tem olhos apenas
para o brilho do quanto
Jamais enxergará
um incondicional como
Talvez por isso se negue
aos porcos
pérolas
mas aos cães se
permitam migalhas
Como é duro viver por
regras desiguais
Valores
E enquanto da vida
só se espera a morte
Quando se percebe
que o fim já começou
o que mais ofertar
a quem jamais quis receber?
Os dias se passam
em vazios infinitos e
movimentos fugazes
Pouco se imagina à frente
e muito menos se pretende
bem mais à frente
Entrega-se o espírito
e depõe-se as armas
Entrega-se o pescoço
ao cutelo do algoz
Em poucos dias não será
mais que um retrato
um coadjuvante em
muitas selfs
E talvez assim
e pelo menos assim
se passe a morar
num álbum de
fotografias de alguém
para quem se teve
algum valor
jamais declarado
Abril
2019
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