Por
Jânsen Leiros Jr.
Pensei que vislumbraria
a cena
torci para que me tirasse
o fôlego
Acreditei que me saltariam
os olhos
e que dispararia
o peito
Imaginei as curvas
ousei prever as retas
e acelerei as intenções
perdendo o controle
nos contornos
Toda fantasia tem
seu preço
como todo sonho tem
seu tempo
Todo e qualquer
tempo se esvai
Não é sempre que se
ganha um presente
embora eu creia que
tudo me sejam dádivas
Olhos de mangá
jeito de porpeta
divina deusa maia
em teofanias de deserto
Uma brisa sibilante
com modos de furacão
que nada destrói
embora assuste
Ao menos traz um refresco
nas asas de ventos benditos
que renovam a alma
e o encanto
Um horizonte incógnito
uma incerteza total
um desafio a mais
Ainda há vida!
Dezembro 2020