Por Jânsen Leiros Jr.
É só mais uma perda
em meio a tantas outras
é só mais uma dor
fazendo doer um pouco mais
Essa doeu
na verdade
o tempo todo
Doía sem barulho
e eu a sofria sem terror
Sempre presente
dor latente e ansiosa
Doida pra doer em público
mas
eu a mantinha
em
segredo protetor
Quem
sabe deixasse de doer
sem
chegar a se tornar ferida
Não
deixou
Chegou
E
com o requinte dos algozes
golpeou
devastando
sonhos
sucumbindo
esperanças
acabando
de vez com
a
frágil confiança
Destruiu-se
enfim
o
que jamais existiu
Bodas
de vento
amor
de consolo
paixão
de fumaça
Verdade
flagrada dia a dia
escondida
nas madrugadas
apagadas
após reveladas
Cegueira
desejada
fantasiada
inexistente
Sempre
esteve tudo ali
Mas
aqui o que é que havia?
Uma
mentira ornamentada
um
masoquismo disfarçado
uma
dor sublimada
pelo
riso na fachada
Agora
o castelo ruiu
a
dor de vez explodiu
O
consentimento diluiu-se
indignado
e
o fingimento acabou
de
súbito
Minha
dor já pode doer em paz
sem
precisar fingir não ser
Março 2019
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