Por Jânsen Leiros Jr.
Conta a minguante do dia
cata a migalha de pão
Vejo a miséria da fome
sinto o desprezo do rei
Não há sentido em acordar
nem há lugar onde dormir
Me faltam lágrimas para chorar
e motivos para sorrir
Como viver
sem ter onde morrer?
Como apontar
para o que ninguém vê?
Como sempre
o que sobra
Como mudar a
própria sorte?
Talvez vendendo a alma
como se alguém a
pudesse comprar
Janeiro
1992
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