Por Jânsen Leiros Jr.
Somos o que somos
apesar de quererem
que sejamos apenas
aquilo que esperam de nós
Podemos fingir ser
o que pretendem
sendo o que não somos
Bajulação que agrada
em parte
e nos desagrada em tudo
Mera busca por um
convívio de migalhas
Desejo de pertencer
Sendo o que não se é
macula-se a alma
aprisiona-se o espirito
e adoece o corpo
Sendo o que não se é
Chega-se a tudo
menos à verdade
Sorrisos e flashes
são todos mentira
de abraços comedidos
beijos falsos
e relações fingidas
Personagens que se
confundem no engano
embora elaborada fantasia
Um make
um fake
one mistake
E ainda que seja
um verdadeiro tropeço
não legitima
o vigor da falácia
Rasgam-se as capas
rompem-se ilusões
derrubando-se as máscaras
Conveniências atendidas
condescendências oportunas
complacências egoístas
e existências alijadas
Maldades que planejadas
tramadas pra morte
isolam o sofrido
e lhe sequestram
a identidade
Pura crueldade aplicada
minha carcaça um troféu
E ainda que Deus
restaure a autoestima
nossa nudez e penúria
são bem-vindas
Revelações sem cera
Pena que sendo
quem somos
o vício se alimenta
As tristezas se repetem
e as almas se repelem
Tudo igual e outra vez
Fevereiro
2018
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