Por Jânsen Leiros Jr.
Um
canto a ser esquecido
abandonado
num canto
qualquer
Um
canto calado na alma
silenciado
no medo da vida
O
ser assustado e sem graça
sem
saber qual será a desgraça
A
cada passo do sol
a
cada respiro do vento
avança
a ameaça do tempo
que
passeia indiferente a mim
Ele
segue impassível e atroz
aproximando
meu grito e meu fim
Querido
ou repelido
incerto
e absoluto
papeis
definidos
no
meu absurdo
Quem
deixou-me a boca silente
e
quem proibiu-me dizer o que sou
Impeliu-me
às sombras
a
viver de
murmúrios
lamento
e
fadiga
E
quando a ilusão reaparece
e
uns poucos desejos renascem
logo
me são arrancados
todos
me são proibidos
A
verdade é sempre mais dura
e
a realidade às vezes cruel
Se
há esperança
não
se manifesta
Se
ainda espera
não
se faz presente
Sem
um canto e
em
total desencanto
se
apaga a chama final
Asfixiada
e largada
jogada
Abandonada
à própria extinção
Novembro 2019
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