quarta-feira, 13 de novembro de 2019

Quem desamou


Por Jânsen Leiros Jr.
O que não quero
é o que mais tenho
e o que não busco
é só o que encontro
Fico apenas com as sobras
e o que sobra é estar só
tudo é fato para todos
mas para mim se faz pior
Realidades difusas
verdades mentidas
Ilusões palpáveis
Um jeito obscuro de tentar
ser mais claro
O tempo se acaba
e me acabo esticando
Se nunca é tarde para
tentar recomeços
por tropeços da vida
já é tarde demais
Tudo feito é sempre nada
e nada há que satisfaça
Gratidão não sei por que
e por consolo tenho você
Meu estorvo exclusivo
meu atraso de vida
meu engodo letal
meu hein
e meu mal

Como eu queria sumir
já que não posso assumir
talvez tentasse fugir
quem sabe ao menos fingir
Pode ser que partindo
de mim
eu consiga partir
de você
Pois se tanto custou
para entrar
por que nem de graça
consegue sair?
É preciso aceitar
que acabou
cobertor curto
que o tempo encolheu
Não soubemos andar
lado a lado
persistente
vivência acabada
Sufocante para
quem desamou
torturante para
quem desamado
Novembro 2019

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