Por Jânsen Leiros Jr.
Seca
a
voz que um dia chamou
agora
murmura
sem
nome sem tom
Os
olhos passam
não
veem não ficam
o
toque pesa
desliza
escapa
O
tempo arrasta
corrói
até
que o que era
já
não seja
e
o que ficou
não
importe
As
palavras descascam
finas
frágeis
desbotam
no ar
e
nem ecoam
O
corpo perto
distante
demais
presente
ausente
nada
em tudo
O
dia repete
a
noite insiste
mas
nada aquece
tudo
partiu
O
não dito
preenche
o espaço
mais
que o dito
mais
que o grito
E
no fim
nem
ele há
apenas
sobras
do
que já se foi